Incongruências

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terça-feira, julho 15, 2003

Porto-Gaia(-Matosinhos-Gondomar-...)

O Cerco do Porto (re)lança a ideia de fusão do Porto de V. N. de Gaia de uma forma mais séria e a afastada de demagogias políticas.

Posso dizer que embora pessoalmente concorde com a ideia e que se poderia alargar a mais concelhos com uma vivência muito relacionada com o Porto e que também em Lisboa se poderia pensar muito seriamente no assunto, a ideia vai enfrentar muita oposição. Muitos políticos, e todo um conjunto de classes que se movimenta em torno do poder local, vão insurgir-se contra tal coisa, provocaria uma séria redução na quantidade de tachos a distribuir e também uma redução e endurecimento das esferas de influência [e temos que ter em conta que são classes organizadas e com amplos meios de acesso aos meios de comunicação social]. Também parte das populações veria com maus olhos o “rebaixamento” da sua cidade a freguesia.

A solução poderia passar pela eleição directa dos membros das Áreas Metropolitanas (Lisboa | Porto) e uma progressiva transferência de poderes e fundos das Câmaras Municipais para as Áreas Metropolitanas. Aliás a actual forma de constituição das Áreas Metropolitanas torna-as numa fonte de intrigas e caciquismos em que cada um tenta sacar o mais possível para o seu concelho, dentro de uma certa lógia a atitude correcta pois foram eleitos pelo seu concelho, e a perspectiva geral do melhoramento das condições a nível geral de toda a Área Metropolitana continua a ser relegada para segundo plano.
Actualizações:
(Quarta-feira, 16 de Julho de 2003)
Este post foi comentado no Veto Politico, diz “O apresentar de uma solução implica a pré-existência de um problema.” Negando assim a existência de um problema e chamando também à atenção do perigoso peso politico que tais instituições, com eleições directas teriam.

Ora a chatice é que o problema existe. Que as Área/Juntas Metropolitanas têm um funcionamento monolítico inquinado de caciquismos em que, como já referi, cada um está mais interessado em sacar o máximo possível para o seu concelho ou para concelhos da mesma cor política. O facto é que para as populações das áreas metropolitanas as fronteiras entre municípios não existem, habitam num concelho, trabalham noutro, fazem regularmente as compras num terceiro e vão por todos os dias por os filhos na casa da sogra que mora num quarto concelho – conheço vários casos assim.

A gestão das Areas Metropolitanas requer uma visão global e não dependente das várias câmaras, dai a necessidade das eleições directas de forma a lhes dar legitimidade.