terça-feira, julho 22, 2003
Polícia
Os carros estacionados junto ao separador central das avenidas, na quebra do separador destinada à inversão de marcha, em segunda fila, em segunda fila a menos de 20 metros de um lugar perfeitamente legal e disponível “ia só ali...”, em cima dos passeios, a carrinha dos correios que todos os dias percorre um pedaço de passeio para poder estacionar encostada à estação dos correios, crianças à solta no banco de traz, bebés ao colo, tenras cabeças sorridentes a espreitar pelo tecto de abrir, os que acham que para o peão ter prioridade nas passadeiras já tem que estar a arriscar a vida e ter os dois pés no asfalto, os peões que atravessam a rua em qualquer lugar (e é um escândalo se alguém os multa), os peões que se põem a pensar na morte da bezerra virados para a rua junto às passadeiras,os carros empilhados em lugares inventados junto às portas de acesso aos centros comerciais e supermercados, os lugares para deficientes sempre ocupados por não deficientes (ok esta é discutível), os carros que teimam em seguir colados às traseiras dos outros, os que vão sempre pela via do meio (porque a da direita é para os lentos, e eles não são lentos), os espertos que vão na faixa de ultrapassagem até à ultima e depois nos passam uma tangente para sair da auto-estrada, os carros alterados que lançam um rugido grave e incomodativo, os meninos que vão “sacar” uns piões e fazer umas corridas em locais sobejamente conhecidos, os médios altos, as luzes potentes de mais, as luzes de nevoeiro à frente sempre acesas, a luz de nevoeiro de traz ligada apenas porque cai uma chuvita, os que nunca fazem pisca, o facto de podermos andar em todas as auto-estradas muito acima da velocidade máxima permitida e sabermos que só com um grande (grande-grande!) azar seremos multados, o autocarro que só faz pisca quando já está a andar, ou que já tem o pisca ligado a reclamar prioridade enquanto ainda tem passageiros a entrar e sair, a motorizada com escape solto a lançar um ruído estridente, os empreiteiros e câmaras que abrem buracos e bocas de saneamento e não assinalam devidamente o local, as colunas dos políticos que percorrem o país a velocidades assassinas, os carros de transporte de rotina de pacientes a serviços de saúde com luzes de emergência e a fazer uso delas, os carros da polícia que notoriamente ligam os pirilampos só para obter prioridade nos cruzamentos, o carro da polícia que nos ultrapassa – quando já seguimos em excesso de velocidade – sem motivo aparente e sem assinalar marcha de emergência, os carros e motos da polícia estacionados em frente às esquadras em segunda fila e em cima das passadeiras.
Todos os que cá em Portugal andam de carro vêm a maioria destas situações, bastam alguns dias para as vermos quase todas e quase todos nós já as vimos a todas. Triste é que começamos a não reparar.
Porque se vive nesta calma impunidade?
Para que raio temos nós polícia? Para tratar (mal) dos relatórios de acidentes?
Todos os que cá em Portugal andam de carro vêm a maioria destas situações, bastam alguns dias para as vermos quase todas e quase todos nós já as vimos a todas. Triste é que começamos a não reparar.
Porque se vive nesta calma impunidade?
Para que raio temos nós polícia? Para tratar (mal) dos relatórios de acidentes?
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